Todos somos idealistas! (?)

Há alguns dias, fazendo um trabalho da faculdade, vi um filme que mostrava claramente uma luta entre ideais, entre modos de percepção. Era uma investigação em que um grupo usava a ideia para solucionar sua questão, e outro, muito menor, usava os fatos para a solucionar. Acontece que essa disputa clássica realmente travada na Idade Média, entre a igreja e os seguidores dos filósofos, acontece até hoje, e em coisas tão simples.
Quando ligam para o telefone de alguém que não o atende, por exemplo. Um racionalista logo pensaria: Tal pessoa está ocupada, não pode atender. Mas, maioria das vezes inventamos coisas para justificar o porque não atendeu o telefone. Foi sequestrada! Está me traindo! Sofreu um acidente! Ah, deixou o telefone em casa e foi pra farra... 
No entanto, a pessoa só estava tomando banho.

Passei por isso hoje. O msn estava ausente e eu deitei, fui dormir. Quando acordo, alguém reclamando que eu deixei a pessoa no vácuo. Em vez de raciocinar o msn está laranja - a pessoa está ausente, apenas vê: Está me ignorando por algum motivo. 
Por fim, todos somos idealistas. Todos nos pegamos fazendo suposições sobre coisas simples que acontecem. Será que é assim que deveríamos ser?


“Obrigado por aparecer em minha vida e me dar alegrias, obrigado por me amar e receber meu amor em troca. Obrigado pelas memórias que eu irei cuidar para sempre. Mas acima de tudo, obrigado por me mostrar que chegará um momento que eu poderei te deixar ir.”




“Não se viam muitas vezes, sua relação teve altos e baixos [...] Tudo parecia certo quando estavam juntos, tudo parecia errado quando não estavam”



NEOQEAV

É impressionante a forma com que alguns textos são capazes de impressionar quando lidos pela primeira, segunda, n-ésima vez. São sempre textos atuais e verdadeiros, que contém uma mensagem de fé e esperança para aqueles que acham que as boas coisas do mundo se perderam no meio de tanto lixo. NEOQEAV é um desses textos. Todas as vezes que leio, sempre algo bom e de certa forma diferente invade o peito, e é como se a esperança de  ter coisas boas renascesse.


Meus avôs ja estavam casados há mais de 50 anos e continuavam jogando um jogo que haviam iniciado quando começaram a namorar. A regra do jogo era que um tinha que escrever a palavra "NEOQEAV" num lugar inesperado, para o outro encontrar e assim sucessivamente. Eles se revezavam deixando "NEOQEAV" escrita por toda a casa e assim que um achava era sua vez de escondê-la em outro local para o outro achar. Eles escreviam "NEOQEAV" com os dedos no açúcar dentro do açucareiro ou no pote de farinha para que o próximo que fosse cozinhar a achasse. Escreviam na janela embaçada pelo sereno que dava para o pátio onde minha avó nos dava pudim que ela fazia com tanto carinho. "NEOQEAV" era escrita no vapor deixado no espelho depois de um banho quente, onde a palavra iria reaparecer depois do próximo banho. Uma vez, minha avó até desenrolou um rolo inteiro de papel higiênico para deixar "NEOQEAV" na última folha e enrolou tudo de novo. Pedacinhos de papel com "NEOQEAV" rabiscado apareciam grudados no volante do carro que eles dividiam, os bilhetes eram enfiados dentro dos sapatos e deixados debaixo dos travesseiros. "NEOQEAV" era escrita com os dedos na poeira sobre as prateleiras e nas cinzas da lareira. Esta misteriosa palavra tanto fazia parte da casa de meus avós quanto da mobília. Levou bastante tempo para eu passar a entender e gostar completamente deste jogo que eles jogavam. Meu ceticismo nunca me deixou acreditar em um único e verdadeiro amor, que possa ser realmente puro e duradouro. Este amor era profundo. Era mais do que um jogo de diversão, era um modo de vida. Seu relacionamento era baseado em devoção e uma afeição apaixonada, igual as quais nem todo mundo tem a sorte de experimentar. O vovô e a vovó ficavam de mãos dadas sempre que podiam. Roubavam beijos um do outro sempre que se batiam um contra outro naquela cozinha tão pequena. Eles conseguiam terminar a frase incompleta do outro e todo dia resolviam juntos as palavras cruzadas do jornal. Minha avó cochichava para mim dizendo o quanto meu avô era bonito, como ele havia se tornado um velho bonito e charmoso. Ela se gabava de dizer que sabia como pegar os namorados mais bonitos. Antes de cada refeição eles se reverenciavam e davam graças a Deus e bençãos aos presentes por sermos uma família maravilhosa, para continuarmos sempre unidos e com boa sorte.. Mas uma nuvem escura surgiu na vida de meus avós: minha avó tinha câncer de mama. A doença tinha primeiro aparecido dez anos antes. Ele a confortava no quarto amarelo deles, que ele havia pintado dessa cor para que ela ficasse sempre rodeada da luz do sol, mesmo quando ela não tivesse forças para sair. O câncer agora estava de novo atacando seu corpo, Com a ajuda de uma bengala e a mão firme do meu avô, eles iam à igreja toda manhã. E minha avó foi ficando cada vez mais fraca, até que, finalmente, ela não mais podia sair de casa. Por algum tempo, meu avô resolveu ir à igreja sozinho, rezando a Deus para zelar por sua esposa. Então, o que todos nós temíamos aconteceu. Vovó partiu, "NEOQEAV" foi gravada em amarelo nas fitas cor-de-rosa dos buquês de flores do funeral da vovó. Quando os amigos começaram a ir embora, minhas tias, tios, primos e outras pessoas da família se juntaram e ficaram ao redor da vovó pela última vez, Vovô ficou bem junto do caixão da vovó e, num suspiro bem profundo, começou a cantar para ela. Através de suas lágrimas e pesar, a música surgiu como uma canção de ninar que vinha bem de dentro de seu ser. Me sentindo muito triste, nunca vou me esquecer daquele momento. Porque eu sabia que mesmo sem ainda poder entender completamente a profundeza daquele amor, eu tinha tido o privilégio de testemunhar a beleza sem igual que aquilo representava. Aposto que a esta altura você deve estar se perguntando: "Mas o que NEOQEAV significa?" Significa Nunca Esqueça O Quanto Eu Amo Você.

Ain't gonna look the other way




"Não vai parecer mais a mesma coisa, nunca mais. Porque depois de todas as núvens irem embora, esse é só mais um céu vazio. Não vou esperar para ver a tempestade, não, não! Nada vai fazer disso certo, então olhe pra mim, porque eu escolho a vida. "



- (Clarissa Corrêa - A farsa)

“Dá muito trabalho manter as aparências e agir naturalmente. A coisa não é bem assim como você pensa, nem tudo passou, nem tudo é leve e tranquilo. Tem muita reviravolta no peito, mágoa quebrada no estômago, azedume que não passa e queima a garganta. Tem muita dor guardada no infinito, tem muito a remendar, tem a lamentação pelo não dito.
(…)

E a gente mente tanto dizendo que tá tudo bem, que tá tudo em paz, que passou, que não dói mais, que já virou lembrança distante. No fundo ainda dói de uma forma bagunçada, revirada, transtornada. Mas isso ninguém vai saber.”

(Pequenas Epifanias - Extremos da paixão)

No século XX não se ama. Ninguém quer ninguém. Amar é out, é babaca, é careta. Embora persistam essas estranhas fronteiras entre paixão e loucura, entre paixão e suicídio. Não compreendo como querer o outro possa tornar-se mais forte do que querer a si próprio. Não compreendo como querer o outro possa pintar como saída de nossa solidão fatal. Mentira:compreendo sim. Mesmo consciente de que nasci sozinho do útero de minha mãe, berrando de pavor para o mundo insano. E exigimos o terno do perecível, loucos.

Uma canção de ninar.


"Se você ler essas linhas, não lembre-se da mão que a escreveu. Lembre-se apenas do verso, o choro sem lágrimas do compositor por quem eu tenho dado a força e isso se tornou a minha própria força. Moradia confortável, colo da mãe, chance para a imortalidade, onde ser querido se tornou uma emoção que eu nunca conheci. O doce piano escrevendo minha vida. Ensine-me a paixão, pois temo que ela tenha partido. Mostre-me o amor, proteja-me da tristeza. Há tanto que eu gostaria de ter dado àqueles que me amam. Eu sinto muito. O tempo dirá esse amargo adeus. Eu não vivo mais para envergonhar nem a mim, nem a você.
E você? Desejaria não sentir mais nada por você..."



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