24.10.2013 - The end of the begining.




Num certo dia, do nada, a criatura some do mapa. Desaparece sem uma puta palavra, sem um aviso. Some no ar. É, eu tendo a ser perseguida por essas mágicas... Enfim. Você se pergunta o que diabos houve e o silêncio te responde. O tempo passa, você não esquece. Afinal, como esquecer a criatura mais louca e racional, seu parceiro de crimes, assassinatos, planos para explodir o colégio ou dominar o mundo? Hitler, meu filho, é melhor você se cuidar; a gente é capaz de ferrar com você!
Enfim. Sabemos que tudo que sobe tem que descer, que tudo que vai, volta. Me surpreender sempre foi uma das maiores virtudes dessa criatura (o que revido hoje prazerosamente 'hoho) e a criança aparece de novo, do nada! No início a gente ignora quem some do nada, não? Afinal, quem geralmente faz isso não se importa realmente com quem fica. Ele volta e diz meia-duzia de coisas sem sentido por não poder explicar muita coisa. Com o tempo acaba explicando tudo e você se sente péssima por ter julgado. Só queria estar mais perto, voltar a falar bobagens e discutir história, geografia, política, mitologia, filosofia, sociologia, desenhos animados, romances, sociedades secretas e cor da unha do pé. Isso volta aos poucos. Todos bem, exceto por uma cidade longe da outra. Aturável. Ok, quase isso: a gente sente falta também da criatura te pentelhando pela forma com que come lasanha ou babando quando você pinta o cabelo de vermelho (e sim, as escadas da FAETEC ainda têm as marcas de saliva. Como não inundou? Vá saber!). Novamente tudo que sobe tem que descer, e tua vida cai, toda! Qualquer tipo de rumo, fuga e destino fogem de suas vistas e você fica simplesmente... Sozinha? Todos ao seu redor pensam apenas com a primeira camada poluída do cérebro quando você precisa ir à camada mais funda, mais interna. Razão pura. Quem chega? Ele! O dono da razão mais cara de pau do mundo inteiro resolve abrir os braços e demonstrar que sua forma de pensar estava certa. Você ganha um anjo protetor. Depois de dias, você reencontra a pessoa e grita: “CACETE! TU VIROU UM POSTE!” Sua altura se torna simplesmente um nada perto da pessoa, e você só ouve: “Criança...”
Seu anjo da guarda retorna e com direito a cookies caseiros. SIM!, eu entendo o porquê da sua mãe querer te enfiar na cozinha de segunda à sexta (e eu secretamente concordo. Rs.) Pode alguém ficar triste com aqueles cookies? Bem, aquilo curou minha tristeza, é. Visitas diárias à faculdade com doces, doces e mais doces e muitas gargalhadas pela forma com que os comia. Isso é sacanagem, mas foi bom. As coisas foram mudando devagar. Você se enche de paz novamente, se sente realmente bem depois de tudo. E pelo visto a paz não era só minha. Você acaba por encher o coração de alguém de paz e sentido e isso transborda pra você. Você se freia no início mas abre sua guarda aos poucos. Deixa um carinho, trava um selinho. Deixa um selinho mas trava um beijo. Até que você simplesmente deixa que aconteça. E não se arrepende, felizmente. Ouve os sinos de uma catedral, seu anjo dizer que você tem as respostas em sua mão e vozes do passado a repetir o quanto seriam “bonitinhos” juntos. E somos, não?
Enfim, meu Conde. Pra quê isso tudo? Eu não sei. Eu também não planejava te dar a sua resposta hoje, mas aconteceu e eu não me arrependo e duvido que eu vá. Eu só te agradeço: agradeço pela sua paciência, pelo seu carinho, pelo seu afeto, pelo seu amor que chegou em tão boa hora, pela sua força, pelos seus ensinamentos. Agradeço pela chegada, pela confiança, pelo ombro, ouvido, colo, abraço, falar e, sobretudo, agradeço por ter me mostrado que eu posso, sim, retribuir aos poucos o que me é dado. E quero retribuir tudo, sem reservas. Quero que dê certo, e sei que dará.

Os bons morrem antes.


Numa determinada noite você está rindo e brincando, e de repente lê essa notícia trágica. Reconhece um nome nela: Ricardo Oiticica. De repente você gela e não consegue crer que se trata da mesma pessoa. Abre o Google, busca por fotos e por notícias referentes ao filho. Busca sobre ele novamente. Definitivamente é o mesmo.

Você volta ao passado. Um ano atrás, basicamente. Lembra das aulas malucas. O Papa é Pop, o gatinho que miava como uma águia. Lembra de quando ele começava a cantar velharias na sala de aula e você começava a cantar junto. Lembra dos desenhos estranhos, os gotzilas fumados, o mapa do Brasil indecifrável. As piadinhas sem graça mais engraçadas pra fazer com que os dois últimos tempos de uma sexta a noite fossem prazerosos dentro de uma sala de aula. Lembra do teatro, o musical dos irmãos Grimm. O chope após, compartilhando momentos com alunos como se fossem simplesmente... amigos. 
Português? Impagável. Antropologia? Jesus! O que é isso mesmo? Convivência, atenção, simplicidade. Isso sim foi ensinado. A nossa avaliação é notar com todo o carinho do mundo. 

O Papa é Pop, o pop não pega ninguém. Você é pop e você foi pego. As bruxas más dos contos dos irmãos Grimm te pegaram e todos nós sabemos que elas caem no fim. Isso não vai ficar assim. 
Não é a sua preferida, mas me faz lembrar um momento bom. Uma aula tua que você explicava ela. Enfim.
Cara, onde quer que esteja, tu está aqui.


This is for you.

Esta noite

E que nesta noite, se faça a vontade daqueles que amam e daqueles que tem verdadeira vontade. Que não se faça o mal, mas que os sentimentos possam fluir sem medo e que esta possa ser mais uma bela noite.

À mon compte.




Porque dos corações de monstro, o teu é o mais doce e puro, querido Conde. E em vez de uma aliança mortal forçada, escolhi a imortal. Sempre terás o meu gosto em tua boca e sempre terei tuas marcas em minha pele. A noite já não é mais noite, já que teu olhar me ilumina como o sol.
Do sol já não preciso - tu o és.
Da lua já não preciso - é teu presente para mim em todas as noites, até que o dia se torne cinzas.

White night fantasy

I dream of wolves, with them I run. For me she lengthened the night.
I am home. I am in peace.

Crestfallen soul rest for this night. 
Love is here; right here under my wings.

- Steve Jobs

“Isto é para os loucos. Para os desajustados. Os rebeldes. Os manifestantes. Os que veem as coisas de forma diferente... Os que mudam as coisas. Aqueles que empurram a raça humana para frente. Enquanto alguns os chamam de loucos, nós os vemos como gênios” 



“Eu ainda fico sem jeito quando me perguntam sobre você e nem eu mesma sei o que responder. Talvez ele se foi e não me importo mais com ele, ou pergunte a nova amiga dele, ele se importa mais com ela agora. Agradeceria se não me perguntassem mais sobre seu nome por favor, me faz lembrar que agora daqui para frente terei que trata-lo como se fosse um nome de algum conhecido por ai, alguém sem qualquer importância. Quando eu mesma sabia que era difícil assimilar o nome ao seu dono que se foi. Ter também que encara-lo como apenas um contato das minhas redes sociais na qual não me importo com o horário que entra e nem quanto tempo fica sumido. As vezes fico olhando a sua foto e penso porque diabos você se foi assim,tão rápido ? Eu sempre soube da resposta,o tempo nunca me levou o que nunca te pertenceu.”

Se eu soubesse...

Se eu soubesse que te perderia, não teria perdido tanto tempo. Teria te abraçado com mais força, te roubado beijos mesmo quando era proibido. Teria te feito rir mais vezes, cantado mais ao seu ouvido, te escrito mais cartas. Se eu soubesse que te perderia, teria cancelado planos para ficar ao seu lado, teria quebrado mais regras, dito sim mais vezes. Teria deitado mais vezes a cabeça no seu peito, me encolhido nos seus braços fortes e escutado a música que seu coração cantava para mim, mais vezes. Se eu soubesse, não teria parado de te ligar de hora em hora para saber como você estava, onde você estava e para dizer que te amo. Se soubesse, teria dito que te amava mais vezes, muito mais vezes. Teria deixado seu corpo colado ao meu por mais tempo, não teria me despedido tão cedo ou corrido para casa. Não teria nos escondido. Teria te beijado onde fosse, na frente de quem fosse, e demonstrado a todo o tempo que seus braços eram como minha casa e que seu olhar era a minha bússola. Se eu soubesse, teria te aprisionado em mim e não teria deixado você partir. 

Schwarz&weiB





Estou numa sala escura. Não aquele escuro que dá para distinguir qualquer forma. Me refiro ao preto mais preto que o céu negro ou que olhos pretos. Breu total. Uma luz branca sai de algum lugar e me surpreende. Quase fico cega. Um misto de espanto e pavor me corrói. Chego a sufocar. O terror dá lugar a incompreensão quando noto que na parede à minha frente passa um filme, decalques brancos na parede negra. A surpresa é ainda maior quando vejo que o filme se trata de nós. Danças em algum lugar, beijos roubados, indecentes ou não. O jeito que me olhava com admiração enquanto sua boca (ah, que boca!) se curvava naquele sorriso torto que me fazia perder o fôlego. O jeito estúpido de rir, de me inclinar no ar para me beijar, o seu longo, enlouquecedor e torturante beijo de adeus. 
Me vi sentada no canto da sala novamente escura. Parecia chover em mim. Uma maldição e uma benção. Ergui o olhar marejado e notei que adormeci; adormeci tão suavemente que posso afirmar que foi em seus braços. Só não sei como.

"Se você ler essas linhas, não lembre-se da mão que a escreveu. Lembre-se apenas do verso, o choro sem lágrimas do compositor por quem eu tenho dado a força e isso se tornou a minha própria força. Moradia confortável, colo da mãe, chance para a imortalidade, onde ser querido se tornou uma emoção que eu nunca conheci. O doce piano escrevendo minha vida. Ensine-me a paixão, pois temo que ela tenha partido. Mostre-me o amor, proteja-me da tristeza. Há tanto que eu gostaria de ter dado àqueles que me amam. Eu sinto muito. O tempo dirá esse amargo adeus. Eu não vivo mais para envergonhar nem a mim, nem a você.
E você? Desejaria não sentir mais nada por você..."



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