A Torre Eiffel se acendeu no mesmo instante em que fechei, num quarto de hotel, minha última mala. Parecia que ela e o céu banhado do suave azul com pontos cintilantes e uma gloriosa lua dourada resolviam se unir para formar uma visão única e agradável. O calor de verão e aquela bela visão da sacada pareciam um presente e refletiam perfeitamente a paz que havia dentro de mim.
Já não havia em mim mais dúvidas, questionamentos ou quaisquer sinais de guerra interna. O descanso no Sena banharam minha alma e trouxeram uma luz que me perseguia durante dias... meses à fio. Meu sorriso se mantinha nos lábios, sem explicação. - Mademoiselle Sophie, já lhe mandaram o carro. - Disse um criado do hotel ao bater à porta e pegar as malas, sem qualquer ordem. Estavam leves, apesar de tudo. Para que levar para a paz coisas que me fariam ter dor na coluna? - Oui. Já vou descer. - Respondi como em transe, ainda deslumbrada por aquela benção que caia pela cidade de Paris. No fundo de um túnel escuro e úmido, uma luz do passado brilhava como um sol, mas com novas promessas. Meu coração não desejava nada além do que seguir essa luz, e com ela eu iria até o fim de mim.
0 Comentários:
Postar um comentário