At Seventeen...

Novamente algo que tem muito haver comigo. Sei que é um porre não ter nada escrito 'por mim mesma', mas... passando mal, época de recuperações e tempo estranho... Não rola, não é?
Me apaixonei por essa canção no mesmo dia em que esse vídeo foi gravado. Céline, como sempre, linda e perfeita, depois de se curar de uma infecção na garganta.



Eu aprendi a verdade aos dezessete anos, que o amor foi feito para belas princesas e para as normalistas com pele e sorrisos claros, que se casavam cedo e então sumiam. Os namorados que nunca tive, as noites de suspense e charadas eram gastas com outras mais bonitas. Aos dezessete eu aprendi a verdade. E aquelas de nós com rostos feios, desprovidas de encantos sociais, desesperadas, permanecíamos em casa inventando amantes no telefone, que ligariam nos convidando para dançar e baixinho nos diriam coisas obscenas. "Não é assim que acontece, aos dezessete". A garota morena com roupas emprestadas, cujo nome eu nunca pude pronunciar, disse-me para agradar quem eu servisse pois eles só tinham o que queriam. E a bem relacionada princesa da cidade mergulhava em suas necessidades com a garantia de que teria companhia e certa de que o céu era para idosos.
Lembre-se que aqueles que vencem no jogo perdem no amor no qual buscam lucrar. Mesmo certos de sua qualidade tem uma integridade duvidosa. Os olhos da pequena cidade se espantarão com você, todos surpresos ao verem que a dor e a dívida superam o lucro recebido, aos dezessete.
Para aquelas de nós que conheciam a dor de namorados que nunca vinham, e aquelas cujos nomes nunca eram chamados quando formavam os times da escola, foi há muito tempo e muito longe. O mundo era mais jovem que hoje e sonhos era tudo que havia de liberdade para "patinhos feios" como eu.
Nós agíamos assim e ousávamos nos iludir na solidão, inventando amantes no telefone, arrependidas das vidas que não vivíamos, em que nos ligavam convidando para dançar e baixinho diziam coisas obscenas para garotas feias como eu, aos dezessete anos.

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"Se você ler essas linhas, não lembre-se da mão que a escreveu. Lembre-se apenas do verso, o choro sem lágrimas do compositor por quem eu tenho dado a força e isso se tornou a minha própria força. Moradia confortável, colo da mãe, chance para a imortalidade, onde ser querido se tornou uma emoção que eu nunca conheci. O doce piano escrevendo minha vida. Ensine-me a paixão, pois temo que ela tenha partido. Mostre-me o amor, proteja-me da tristeza. Há tanto que eu gostaria de ter dado àqueles que me amam. Eu sinto muito. O tempo dirá esse amargo adeus. Eu não vivo mais para envergonhar nem a mim, nem a você.
E você? Desejaria não sentir mais nada por você..."



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