E olhava pela última vez o lar de suas alegrias...



Aquele espírito alegre que a casa possuía havia ido junto a ele. Aguardava o taxi que a levaria novamente para Paris. Sentada nos degraus da varanda, com a aliança na palma da mão, girando-a sem parar, absorta em pensamentos. Não havia dormido, mal comera. Passara a noite em frente ao bar da casa, derramando copos de bebida de uma única vez. Até a bebida era carregada de lembranças. Qualquer um que a olhava podia vê-la tremer, mas não era frio. Perguntava-se como estaria ele… Perguntava-se se ele estaria pensando nela. Olhou mais uma vez para a aliança.
 As férias que ele tanto pedia para que ela tirasse, em outras palavras, claro, ela havia tirado. Havia ligado para o trabalho e pedido dias, sem data de retorno. Sentia-se fraca, doente demais para tudo aquilo. Se ao menos houvesse um modo… Suspirou. Apertou com toda sua fraca força a aliança na mão, como se fosse o único elo até ele. Com as costas da mesma mão, enxugou as lágrimas que não cessavam de cair. O queria ali, mas como? Pela milésima vez se amaldiçoava e tentava se convencer de que seria melhor, que ele não a merecia. Mas esse pensamento em nada ajudava. Se ao menos houvesse um modo…

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"Se você ler essas linhas, não lembre-se da mão que a escreveu. Lembre-se apenas do verso, o choro sem lágrimas do compositor por quem eu tenho dado a força e isso se tornou a minha própria força. Moradia confortável, colo da mãe, chance para a imortalidade, onde ser querido se tornou uma emoção que eu nunca conheci. O doce piano escrevendo minha vida. Ensine-me a paixão, pois temo que ela tenha partido. Mostre-me o amor, proteja-me da tristeza. Há tanto que eu gostaria de ter dado àqueles que me amam. Eu sinto muito. O tempo dirá esse amargo adeus. Eu não vivo mais para envergonhar nem a mim, nem a você.
E você? Desejaria não sentir mais nada por você..."



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