E só chove e chove...

Um sonho tão ruim se desfez em lágrimas, e tudo que se resta é uma mancha negra no coração. O pulso forte e destemido da menina se ergue num filete rubro, suave como uma linha de costura deitada sobre o tecido alvo. Doía. Mas a dor interna era tão superior que as gotas pareciam um alívio, como se levasse junto a dor até o chão, quando pingava.
Um câncer - concluiu. Tentava estabilizar, mas só se alastrava pelo peito. O pulmão se tornava frágil, os dedos trêmulos como o de uma anciã. Os olhos não se abriam mais. Os lábios, não se fechavam. E o coração? Pobre coração... de tão negro e tão podre, não pela maldade, caia em pedaços tão leves quanto carvão.

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"Se você ler essas linhas, não lembre-se da mão que a escreveu. Lembre-se apenas do verso, o choro sem lágrimas do compositor por quem eu tenho dado a força e isso se tornou a minha própria força. Moradia confortável, colo da mãe, chance para a imortalidade, onde ser querido se tornou uma emoção que eu nunca conheci. O doce piano escrevendo minha vida. Ensine-me a paixão, pois temo que ela tenha partido. Mostre-me o amor, proteja-me da tristeza. Há tanto que eu gostaria de ter dado àqueles que me amam. Eu sinto muito. O tempo dirá esse amargo adeus. Eu não vivo mais para envergonhar nem a mim, nem a você.
E você? Desejaria não sentir mais nada por você..."



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