Desde pequena procurei ser aquela que menos errava, que chegava ao mais próximo possível da perfeição e acabei por espelhar isso em tudo que escrevo. Seja num rascunho num pedaço de papel sobre alguma coisa sem sentido, seja nas grandes histórias com grandes personagens, inventados por mim ou não.
Era simples pensar em ser assim quando criança. Se eu não errasse, não me proibiriam de brincar na rua, nem de ver o programa que eu gostava. Se eu fizesse tudo certinho, não ouviria esporros e nem apanharia. E como toda grande pessoa, achei que os aprendizados de quando se é criança se estenderiam à vida na "maturidade". Toda a filosofia de uma criança se tornou uma única frase: Quem não erra, não sofre.
Errado.
Tenho presenciado, não só na minha vida, situações em que justamente os mais corretos acabam por sofrer. Um verdadeiro "o mundo é dos errados" se espalhou por todos os cantos e é impossível conter. E esses mesmos errados que cantam vitória por não se machucarem tão facilmente são os que machucam aqueles mais sensíveis. Ainda dizem, como que por ironia, você vai encontrar alguém que cuide de você. Tradução: alguém vai consertar a merda que eu fiz (e que estou orgulhoso de ter feito). Sim, ainda acham bonito e certo machucarem!
O pior é que todas as vezes que isso acontece comigo, me revolto e digo: serei assim também! Não me machucarei mais. Serei como eles! Eu machucarei! Só que vem a bosta do instinto daquela menina que não queria errar pra não se machucar.
As pessoas realmente mudam? Se sim, eu preciso dessa receita, definitivamente. Se não, o que existe por ai é só um bando de mentirosos que só sabem ferir.
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