Début.




Uma dose de conhaque. De dentro da casa quente pelo calor do fogo da lareira, observava pelas grandes paredes de vidro do meu quarto a neve cair. A penumbra era confortável, e tudo parecia ter dois estados diferentes, assim como eu. Havia uma guerra interior em mim. Deixá-lo ir, insistir mais uma vez. Cada gole da bebida me afirmava uma decisão, e eu não tinha nenhuma.
Uma cólica forte me rompia, quase, a barriga. Mais uma vez eu nada germinava e isto não ajudava. Me sentia estéril em todos os sentidos da vida.
Eu havia me prometido não chorar, e traí a mim mesma. Não era um choro desesperador, de urros e gritos e dor. Era um choro silencioso, de mágoa, de perda. Minha visão embaçava junto com a neve a cair. Eu bebia novamente e traçava com o copo as mesmas linhas traçadas pela costura da colcha. Eu tinha que recomeçar. Mas como? Fiz questão de esquecer como fazer quando tinha tais braços a me rodear. O frio me varria, mesmo com o calor do fogo. Esse calor não me aquecia, e eu teria que me acostumar com esse frio que me acompanharia até...

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"Se você ler essas linhas, não lembre-se da mão que a escreveu. Lembre-se apenas do verso, o choro sem lágrimas do compositor por quem eu tenho dado a força e isso se tornou a minha própria força. Moradia confortável, colo da mãe, chance para a imortalidade, onde ser querido se tornou uma emoção que eu nunca conheci. O doce piano escrevendo minha vida. Ensine-me a paixão, pois temo que ela tenha partido. Mostre-me o amor, proteja-me da tristeza. Há tanto que eu gostaria de ter dado àqueles que me amam. Eu sinto muito. O tempo dirá esse amargo adeus. Eu não vivo mais para envergonhar nem a mim, nem a você.
E você? Desejaria não sentir mais nada por você..."



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