A madrugada era escura e sombria, tal qual seu coração. Apesar de primavera, a noite era fria, e Paris estava simplesmente deserta. As cores das flores sequer existiam. Parecia enxergar tudo em preto e branco. Seus passos ecoavam pelo paralelepípedo, o salto marcando os passos tal qual os ponteiros de um relógio. A face escondida, o sobretudo a tentar aquecer, solavancos da pele em silenciosos soluços. Andava sem rumo, assim como sua mente. Num dado instante, ergueu o olhar. Estava próxima da margem do rio Sena. Parecia tão calmo, tão silencioso... Caminhou até a ponte e olhou para as águas. Podia ver seu reflexo diminuto. Um ponto negro barrando o negro do céu. Talvez fosse isso que era. Um ponto negro, obscuro e solitário a vagar. Simplesmente, sem explicação, adormeceu.
Rio Sena
Escrito por
Sopнιє Sαιɴт-Clαιг Nєvєυ ®
domingo, 8 de abril de 2012
Sobre: Sophie Saint-Clair Neveu
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