Rio Sena

A madrugada era escura e sombria, tal qual seu coração. Apesar de primavera, a noite era fria, e Paris estava simplesmente deserta. As cores das flores sequer existiam. Parecia enxergar tudo em preto e branco. Seus passos ecoavam pelo paralelepípedo, o salto marcando os passos tal qual os ponteiros de um relógio. A face escondida,  o sobretudo a tentar aquecer, solavancos da pele em silenciosos soluços. Andava sem rumo, assim como sua mente. Num dado instante, ergueu o olhar. Estava próxima da margem do rio Sena. Parecia tão calmo, tão silencioso... Caminhou até a ponte e olhou para as águas. Podia ver seu reflexo diminuto. Um ponto negro barrando o negro do céu. Talvez fosse isso que era. Um ponto negro, obscuro e solitário a vagar. Simplesmente, sem explicação, adormeceu.



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"Se você ler essas linhas, não lembre-se da mão que a escreveu. Lembre-se apenas do verso, o choro sem lágrimas do compositor por quem eu tenho dado a força e isso se tornou a minha própria força. Moradia confortável, colo da mãe, chance para a imortalidade, onde ser querido se tornou uma emoção que eu nunca conheci. O doce piano escrevendo minha vida. Ensine-me a paixão, pois temo que ela tenha partido. Mostre-me o amor, proteja-me da tristeza. Há tanto que eu gostaria de ter dado àqueles que me amam. Eu sinto muito. O tempo dirá esse amargo adeus. Eu não vivo mais para envergonhar nem a mim, nem a você.
E você? Desejaria não sentir mais nada por você..."



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