- Como assim? Alemanha? Todos sabem que sou judia. Hitler vai me matar se eu for para lá! - Vanessa gritava com desespero em frente aos seus superiores, todos fardados de acordo com as mais altas patentes do exército do Duce. - Não estamos pedindo, Vanessa. Você vai. Despeça-se de sua família e esteja as 19hrs na base aérea. Se não estiver...Você preferirá estar nas mãos de Hitler. Dizia o coronel Juliano. Aquele comentário a fez estremecer. Ainda não era divulgada para as massas as atrocidades de Hitler, mas o departamento de guerra italiano já sabia através de suas escutas o que o mesmo já realizava em suas ocupações. (...) No horário marcado, lá estava. Malas nas mãos, vestindo um terno feminino negro com scarpins e sobretudo bege, bem amarrado em sua silhueta. Os cabelos presos num coque por debaixo do quepe e apenas um batom suave disfarçando os lábios inchados de tanto mordê-los. Nervoso. Em menos de três horas dentro de uma aeronave de guerra estaria em solo alemão, em parte para ajudar, mas também temendo por sua vida.
- Meu nome é Vanessa, e sou enviada do exército italiano para negociar contra os ingleses. - Quem te enviou, moiçola? Questionou o soldado na porta do centro de inteligência alemã, tão vermelho que denunciava seu mal humor. - Il Duce. Agora me permita entrar? Respondeu a mulher à altura, um tanto grosseira e já vermelha por mais de meia hora de interrogações sem sentido. Temia por si, resolvendo então fazer seu trabalho para que pudesse se manter por ali
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